Nas margens do Mediterrâneo: estratégias de poder e mecanismos de exclusão no discurso arqueológico ibérico (segunda metade do século XX)
Palavras-chave:
Neolítico, Norte de África, Península IbéricaResumo
Os discursos construídos por arqueólogos e historiadores contêm em si, e apesar das, por vezes ingénuas, buscas de uma imparcial objectividade, a marca do Presente em que estes se inscrevem. A afirmação de Lucien Febvre de que a História do Passado era em simultâneo a História do Presente constitui uma inequívoca prova de maturidade e de auto-consciência de uma disciplina que se sabia não imune às condições sociais da sua produção.
No campo da Arqueologia, os mais célebres exemplos desta estreita relação entre as circunstâncias do Presente e as narrativas produzidas acerca de alguns Passados encontram-se nos esforços realizados, na primeira metade do séc. XX, por arqueólogos e aparelhos políticos que procuravam justificar a existência de Estados-Nação. No entanto, se o papel da Arqueologia ao serviço dos regimes fascistas europeus é sobejamente conhecido, e sistematicamente denunciado, outros, mais recentes e mais subtis, tópicos da agenda científica permanecem exemplos vivos dessa continuada construção dos inquéritos em função dos quadros mentais do Presente.
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