Ocorrência de contas de fluorite no Neolítico Final e no Calcolítico da Estremadura (Portugal)
Palavras-chave:
Arqueometria, fluorite, Pré-História, Estremadura portuguesaResumo
Estuda-se uma grande conta de colar de formato toneliforme recolhida no povoado calcolítico fortificado de Leceia (Oeiras, Portugal) analisada por estereomicroscopia e difracção de Raios X. Confirmou-se a atribuição a fluorite desta conta, mediante a determinação da respectiva composição mineralógica, feita anteriormente por observação directa.
Este exemplar vem somar-se a outras contas de fluorite, de diversos formatos e tamanhos, anteriormente identificadas na Estremadura portuguesa, recolhidas em diversas grutas naturais da mesma região, utilizadas como necrópoles no decurso do Neolítico Final/Calcolítico. Trata-se da gruta da Casa da Moura, Óbidos; das grutas do Poço Velho, Cascais; e da Lapa do Bugio, Sesimbra. Estas ocorrências evidenciam uma rede organizada de distribuição desta matéria-prima, considerada de prestígio, embora sejam vários os centros produtores originais, dadas as diferenças que se observam entre os diversos exemplares conhecidos, já que a fluorite é desconhecida na área estremenha.
Assim, discutem-se as prováveis origens destas contas, tendo presente que a fluorite é mineral frequentemente associado a jazigos pegmatíticos ou filoneanos de natureza hidrotermal, bem conhecidos na região ocidental da Península Ibérica.
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