Aspectos e problemas das origens e desenvolvimento da metalurgia do bronze na fachada atlântica peninsular

Autores

  • João Carlos de Senna-Martinez

Palavras-chave:

metalurgia, Idade do Bronze

Resumo

De há longa data que se reconhece que a maioria das produções metalúrgicas peninsulares, incluindo o território hoje português, atribuível ao último quartel do 3.º milénio a.C. e à maior parte do 2.º (Primeira Idade do Bronze) utilizam modelos de um grande conservadorismo, inclusive técnico, que, ao longo do 2.º milénio, progressivamente se afastam dos presentes na área europeia centro-atlântica.

A tal facto não será estranha a produção peninsular de cobres arsenicais que integra boa parte dos artefactos de cobre do final do Calcolítico e a quase totalidade dos atribuíveis à Primeira Idade do Bronze, sendo correntemente afirmado que a tardia introdução das ligas de bronze (cobre e estanho) na metalurgia peninsular se deve ao sucesso dos cobres arsenicais em cujos minérios é rica.

Argumentamos que esta introdução, perspectivada como ocorrendo por via continental trans-pirenaica por M. Fernández-Miranda, I. Montero Ruíz e S. Rovira Llorens (1995, p. 67) e seguindo de Navarra para as Mesetas e finalmente para o Sudeste Argárico, pode também pensar-se, face a novos dados disponíveis, como correndo ao longo da fachada atlântica peninsular, igualmente de norte para sul e daí para o interior. Para tal concorre a recente descoberta no Norte Português de evidências de produção de bronzes binários em contextos domésticos do segundo quartel do 2.º milénio a.C., bem como a revisão de anteriores achados do Centro-Sul português.

Tais contextos permitem igualmente reflectir sobre as modalidades de que se reveste tal progresso tecnológico e qual o seu significado tecnómico e simbólico.

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Publicado

2007-10-30

Como Citar

Senna-Martinez, J. C. de. (2007). Aspectos e problemas das origens e desenvolvimento da metalurgia do bronze na fachada atlântica peninsular. Estudos Arqueológicos De Oeiras, 15, 119–134. Obtido de https://eao.oeiras.pt/index.php/DOC/article/view/120