Cavalos-de-frisa e muralhas vitrificadas no Bronze Final do Sudoeste. Paralelos europeus

Autores

  • António M. Monge Soares

Palavras-chave:

Cavalos-de-frisa, muralhas vitrificadas, Bronze Final

Resumo

Na Europa são conhecidos mais de 200 povoados fortificados que mostram evidências das suas muralhas terem sido sujeitas a um aquecimento intenso, o que levou à vitrificação dessas estruturas. Nas rochas silicicatadas, a vitrificação ocorre através de uma fusão total ou parcial de minerais primários e formação de uma fase vítrea. A vitrificação das muralhas, que só ocorrerá quando estas tiverem sido construidas com madeira e pedras, pode ter tido uma função construtiva, originando uma muralha mais sólida, ou destrutiva, se foi incendiada e arrasada devido a um qualquer conflito, ou, ainda, para formar uma estrutura de condenação de contextos pré-existentes. A vitrificação de muralhas de povoados proto-históricos ibéricos, mais precisamente no Sudoeste, foi pela primeira vez registada, já na década de noventa, no povoado do Monte Novo (Évora), com ocupações do Bronze Final, da Idade do Ferro e da Época Romana, e no do Passo Alto (Vila Verde de Ficalho), sendo aí atribuível a uma ocupação do Bronze Final. Outras muralhas vitrificadas foram posteriormente identificadas em Portugal, nomeadamente no Castelo Velho de Safara (I. do Ferro) e no Cerro das Alminhas-Sarnadinha (Bronze Final) e, em Espanha, nos povoados sidéricos da Fragua del Romualdo (Encinasola, Huelva), do Pico del Castilho (El Gasco, Cáceres), do Pico del Pozo de los Moros (Villasrubias, Salamanca).

No povoado da Misericórdia (Serpa), com ocupações do Bronze Final e da 2ª Idade do Ferro, um muro vitrificado, fazendo parte de uma estrutura com uma base de maiores dimensões não vitrificada, foi datado por arqueomagnetismo. A estrutura que, muito provavelmente, faria parte de uma torre defensiva, tem uma data absoluta de 842-652 cal. BC.

 

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Publicado

2007-10-30

Como Citar

Soares, A. M. M. (2007). Cavalos-de-frisa e muralhas vitrificadas no Bronze Final do Sudoeste. Paralelos europeus. Estudos Arqueológicos De Oeiras, 15, 155–182. Obtido de https://eao.oeiras.pt/index.php/DOC/article/view/122