Arqueometria e o estudo das ânforas lusitanas do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (Lisboa) e de centros produtores do Tejo
Palabras clave:
Romano, Ânforas da Lusitânia, análise por activação neutrónica em cerâmicasResumen
A investigação arqueológica do espaço hoje integrado no Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC, CNS 1950) permitiu a recolha de um considerável número de ânforas de fabrico lusitano.
O estudo arqueométrico de algumas destas ânforas, através da análise química por activação neutrónica das suas pastas, e a comparação com estudos composicionais similares existentes para três centros produtores da bacia do Tejo (Porto dos Cacos, Quinta do Rouxinol e Garrocheira), permitiu o estabelecimento da proveniência de um conjunto vasto destas ânforas. Igualmente se aponta para a existência de um novo centro oleiro desconhecido, que teria produzido ânforas com morfologias próximas das conhecidas ânforas béticas do tipo Haltern 70 e análogas ao tipo Lusitana 12 de Dias Diogo (Diogo, 1987). Pelos contextos em que foram encontradas (século I a.C. / século I d.C.), não resulta claro se estas ânforas poderiam destinar-se ao transporte de preparados de peixe ou de outros artigos alimentares. Mais tarde, quando no local funcionavam já as oficinas de produção de preparados de peixe, o estudo composicional do conjunto de ânforas locais recolhido esclarece-nos sobre as olarias que abasteciam esta actividade. Os estudos apontam para que, nas fases da Antiguidade Tardia, as principais olarias abastecedoras do NARC fossem o Porto dos Cacos (Alcochete), e Quinta do Rouxinol (Seixal), com aparente maior expressão da segunda, embora algumas ânforas apresentem composições químicas próximas das registadas na olaria da Garrocheira (Benavente), sublinhando a diversidade de origens dos contentores.
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